sábado, 29 de maio de 2010

MARINA BUSCA ESTRATÉGIA DO PV COLOMBIANO E DEVE SUBIR MUITO ALÉM DOS ATUAIS 13%

A candidata do Partido Verde à presidência do Brasil, Marina Silva, se encontrará com o candidato do PV colombiano, Antanas Mockus, em junho. Mas, o que as eleições presidenciais colombianas, marcadas para o próximo domingo (30), têm a ver com a campanha brasileira? A resposta é simples. A legenda de Marina quer aprender com Mockus a estratégia que transformou o azarão da campanha colombiana - que até março tinha menos de 9% das intenções de votos - em um dos favoritos à presidência do país em alguns meses. A poucos dias das eleições, Mockus está tecnicamente empatado com o candidato governista Juan Manuel Santos, com mais de 32% dos votos.
Assim como na campanha que levou Barack Obama à presidência dos Estados Unidos em janeiro de 2009, uma das razões que explicam "fenômeno Mockus" é a internet. O seu eleitorado, formado principalmente por jovens que vivem em centros urbanos e pertencem à classe média alta, se multiplicou na velocidade com que as informações se espalham na web.
A campanha de Mockus foi alavancada por voluntários, recrutados nas redes sociais, enquanto o principal rival dele, o governista Juan Manuel Santos, se cercou de pessoas mais velhas, com menos conhecimento das novas tecnologias.
O uso do Facebook pelo PV colombiano é um dos principais interesses da equipe brasileira. "Lá estão os formadores de opinião, é mais interessante. O Orkut já ficou muito popular", disse Fabiano Carnevale, secretário de comunicação do Partido Verde brasileiro. Longe do controle da legislação eleitoral e em contato direto com um número cada vez maior de eleitores, a rede deixa os candidatos eufóricos. "Internet não ganha, nem perde eleição. Mas potencializa", afirmou Carnevale.
A página oficial do candidato tem mais de 586.000 fãs. No início de maio, ele alcançou a marca de oitavo político mais popular no site em todo o mundo. Outra ferramenta que tem ajudado Mockus é o Twitter, onde o candidato contabiliza mais de 45.000 seguidores. Apenas um quarto da população colombiana – formada por cerca de 46 milhões de habitantes – usa a internet. Ainda assim, os números registrados na web fizeram diferença na campanha.
Segundo uma pesquisa da Ipsos Napoleón Franco, publicada no final de semana anterior à eleição, Mockus está tecnicamente empatado com o governista Juan Manuel Santos. De acordo com o levantamento, Santos ficou com 34% das intenções de voto, contra 32% de Mockus. Já a candidata conservadora Noemí Sanín aparece com apenas 6% das intenções de voto. Em março deste ano, no entanto, um levantamento da Datexco mostrava um cenário bem diferente. Santos tinha 34,1 % dos votos, Sanín 21,7% e Mockus ficaria em terceiro lugar com com 8,9%.
Estratégia - O fato é que, impressionado com a virada de Mockus na Colômbia, o Partido Verde brasileiro quer trazer a experiência à campanha de Marina Silva para conquistar o apoio dos 60 milhões de eleitores que têm acesso à internet no Brasil. Atualmente, a candidata tem quase 39.000 seguidores no Twitter, mas apenas 300 no Facebook. Para aumentar estes números e, principalmente, convertê-los em votos, Marina planeja uma viagem a Bogotá.
Marco Antônio Mróz, um dos coordenadores da campanha de Marina Silva, não esconde que pretende importar a estratégia de Mockus para a campanha da candidata. "Já passamos de 6% para 13%, e todos terão uma grande surpresa, porque vamos crescer ainda mais", anunciou.
O encontro entre ela e Mockus deveria ter ocorrido no dia 20 de maio. Mas foi adiado porque o candidato colombiano recebeu ameaças de morte. A reunião foi remarcada para o final de junho, depois de um eventual segundo turno que, diante de uma disputa tão acirrada, deve ser realizado no dia 20 do mesmo mês. "Vamos pra lá ver de perto a questão da internet, que foi um sucesso. Mas todos os Partidos Verdes do mundo já estão em contato direto, todos os dias", disse Mróz à VEJA.com.
Além da internet, outros assuntos como o transporte e a segurança serão abordados na reunião entre os representantes brasileiro e colombiano do Partido Verde. Marina Silva quer aprender com Mockus como reduzir índices de criminalidade.
Durante a sua gestão, o índice de crimes na capital colombiana caiu quase 70%. Quando ele assumiu o cargo, em 1995, eram registrados 82,1 homicídios na cidade para cada 100.000 habitantes. Ao fim do segundo mandato, em 2004 (Mockus renunciou para concorrer à presidência, mas voltou à prefeitura em 2001), o índice era de 23,4. No Brasil, durante o mesmo período, eram registrados 25,2 homicídios para cada 100.000 habitantes.
Com isso, a segurança não é, pela primeira vez em décadas, a principal preocupação dos colombianos após oito anos de um governo austero de Álvaro Uribe, em que os índices de criminalidade também caíram em níveis nacionais. Contudo, a questão ainda está no centro das campanhas dos dois candidatos favoritos. (Fonte: veja.com)

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