Benjamin Button, que ao revés da história humana se faz sentir os mesmos efeitos, lamentavelmente, a caminho do fim, independente de onde seja o começo. O interessante é o ingrediente que faz com que sintamos a vida, também, fica bem evidenciado no filme, que não está atrelado à idade, e sim à capacidade que temos em abraçar o mais poderoso sentimento, o amor, que é o grande combustível que fomenta nossa efêmera passagem! Ainda que estejamos de lados opostos. Como bem dizia o filósofo Kant - ainda que eu for para o sul, você para o norte, um dia haveremos de nos encontrar, a terra é redonda e, fisicamente estamos compelidos ao acaso dos encontros e desencontros.
É difícil não se enveredar pelo fio condutor que percorre toda a trama de Benjamin. Logo, logo, já nos sentimos tragados pelo harmonioso vendaval de acontecimentos fatídicos, que dão o tempero especial ao excepcional filme. É dizer: não há como deixar de perceber que, fatos cotidianos, são muito mais que simplesmente acontecimentos. Trazem em si, a sintonia perfeita da musicalidade que todos, inevitavelmente, dançam ou cantam ou nadam, enfim, o caminho de cada um é percurso certo, irremediável, que somente faz sentido, quando se enfrenta os desafios, com coragem e acima de tudo, com amor!
Assistir ao filme é muito mais que perceber os encantos dos acontecimentos tão harmoniosos entre si, é sentir, como somos miseráveis em não acreditar que exista sentimento em nossas ações. Ademais, nos tornamos vermes, parasitas, quando não acreditamos em nossas potencialidades em acatar a coragem do enfrentamento dos obstáculos, que nos dão energia para sentimentos mais profundos.
Pois bem. O filme é um espaço aberto de possibilidades de visões da vida como ela é, e não como desejássemos que ela fosse. No entanto, há e sempre haverá meios dignos de nos tornarmos mais efetivos em nossa travessia, independente de onde seja o começo e o fim. O que se torna muito mais plausível e dignificante, rompendo drasticamente o paradigma que somos vítimas frágeis do destino.
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