No início era perseguido por uma luz brilhante. Começou então a ouvir uma voz gutural que falava em uma língua estrangeira. Vieram dores de cabeça fortíssimas e um sonho se repetia: em uma sala de cirurgia, usando trajes antigos, dirigia uma operação entre médicos e enfermeira. Depois de um tempo, José Pedro de Freitas, o Zé Arigó, compreendeu que sua missão era completar a obra do doutor Adolf Frederick Yeperssoven, o doutor Fritz, médico alemão que morreu durante a 1ª Guerra Mundial. Após passar por exames clínicos e psicológicos e verificar que não possuía nenhum surto psicótico ou sofria de alucinações, Arigó começou a atender experimentalmente. A partir daí, curou o senador Lúcio Bitencourt de um grave câncer pulmonar, e livrou de uma moléstia a filha do presidente Juscelino Kubitscheck. Mesmo após lhe ser atribuída a cura de diversos pacientes, o cirurgião mediúnico foi enquadrado no Artigo 284 do Código Penal Brasileiro, como charlatão, curandeiro e por realizar intervenção cirúrgica sem ter formação em Medicina. Foi julgado e condenado em 20 de novembro de 1964, a 16 meses de prisão. Morreu sete anos depois em um acidente de automóvel, por traumatismo craniano. Arigó nasceu em 18 de outubro de 1921 e morreu em 11 de janeiro de 1971.
A fragilidade
O médim Rubem Farias Jr. diz receber o espírito do médico alemão, Dr. Fritz, e opera sem anestesia, mas está nas mãos da Justiça carioca. Considerado célebre encarnação do médico alemão, o engenheiro Farias atendeu centenas em seu consultório em Bonsucesso (RJ), durante os finais de semana, quando a cada consulta em 30 segundos deixava-os curados. Mas, no ano 2000, foi acusado pelo Ministério Público de ter antecipado a morte de Vanessa de Biafi, vitimada por leucemia. Ela foi convencida pelo médium a abandonar o tratamento no Hospital das Clínicas, em São Paulo, com a promessa de ser curada milagrosamente. As sessões foram feitas em seu galpão, na zona sul, de São Paulo, de 25 de julho de 1997 a 14 de agosto de 1998. Na última sessão com Farias Jr., ele sentiu-e mal e foi internada no Hospital Leão XIII, onde morreu três dias depois. A Justiça decretou a prisão preventiva do médium. Medicina e paranormalidade são compatíveis, pela avançada ciência, mas devem caminhar juntas, quando não há provas de charlatanismo, dizem especialistas europeus e norte-americanos. E nem é preciso sair da cidade, para encontrar médicos consultando com médiuns da umbanda, para resolução de problemas pessoais.
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