O filme Que Bom Te Ver Viva aborda a tortura, durante o período de ditadura no Brasil, mostrando como suas vítimas sobreviveram e como encaram aqueles anos de violência duas décadas depois. Em 98 minutos mistura os delírios e fantasias de uma personagem anônima, interpretada pela atriz Irene Ravache, alinhavando os depoimentos de oito ex-presas políticas brasileiras, que viveram situações de tortura. Mais do que descrever e enumerar sevícias, o filme mostra o preço que essas mulheres pagaram, e ainda pagam, por terem sobrevivido lúcidas à experiência de tortura. Para diferenciar a ficção do documentário, Lúcia Murat optou por gravar os depoimentos das ex-presas políticas em vídeo, como o enquadramento semelhante ao de retrato 3x4; filmar seu cotidiano à luz natural, representando assim a vida aparente; e usar a luz teatral, para enfocar o que está atrás da fotografia - o discurso incosciente do monólogo da personagem de Irene Ravache. Aliás, filmes sobre as duas guerras mundiais proliferam, o que sempre é bom para rechaçar a crueldade e o egoísmo, mas sobre as ditaduras militares no Cone Sul são muito poucos. Será por causa de certas anistias absurdas? E saiba Que Bom Te Ver Viva foi concluído ainda em 1989 e pode ser adquirido pela ninharia de R$ 29,90.
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