A saúde oferecida pelo setor público, tem melhorado significativamente nas últimas décadas, principalmente como a municipalização e criação dos Programas de Saúde da Família (PSFs), que possibilitaram a descentralização e o atendimento de baixa complexidade nos bairros e para a população mais necessitada. Isso não significa que os problemas foram resolvidos, uma vez que os atendimentos de maior complexidade e mais especializados ainda estão inacessíveis para a maioria da população, além da superlotação de hospitais e emergências. A medicina e os diagnósticos têm se tornado cada vez mais complexos, com incorporação de novas tecnologias e o setor público não é capaz de acompanhar esta evolução. Sobra para uma parte da população, recorrer aos planos privados de saúde complementar e pagar caro por um atendimento que às vezes não condiz com o prometido ou com os pagamentos efetuados. Digo isso, porque a maioria dos médicos especialistas tem se recusado a atender por planos de saúde (Unimed, IPE, etc.), ou quando atendem, a espera é de quase 90 dias. Esta realidade não condiz com a propaganda realizada na hora de oferecimento do plano, pois o que se promete é um atendimento rápido e sem as filas do SUS. No caso da Unimed a situação é mais grave, pois os médicos não são conveniados e sim cooperados, ou seja, donos da empresa, o que significa que estão jogando contra a própria cooperativa (se é que se pode chamar assim), ou usando a mesma para conseguir clientes e depois cobrar mais caro. O usuário não tem culpa se a empresa não remunera de maneira satisfatória o profissional. Se não está satisfeito que se desassocie. A não ser que ser sócio traz vantagens fiscais e tributárias para os médicos e que não seja vantagem deixar à cooperativa. Estas são questões que a Agência Nacional de Saúde Complementar e o Ministério Público devem ficar atentos, pois os usuários estão sendo lesados. Resta saber se temos poucos médicos ou se os planos de saúde estão vendendo acima da capacidade. O que pode acontecer, no médio prazo, é a diminuição dos usuários destes planos e a empresa vir a enfrentar problemas financeiros, o que será ruim para todos. Se optamos por um plano privado é porque queremos um atendimento de qualidade. Nossa relação é puramente comercial, inclusive com o médico que é dono da empresa (cooperativa), no caso da Unimed. Um conselho para os clientes que têm de pagar na primeira consulta (muitos médicos cobram na primeira consulta como se fosse particular) é pedir recibo, denunciar o médico (não adianta muito) e pedir ressarcimento do valor pago junto à empresa que vendeu o plano. Se não tiver sucesso o caminho é o Ministério Público.
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