quinta-feira, 18 de março de 2010

ERZULIE, A DEUSA DO TEMIDO VODU







Milhões têm arrepios em pensar num boneco com sua fisionomia espetado de forma sarcástica. A palavra vodu tem diversos significados, mas muitos estudiosos acreditam que se originou da expressão voudoise, um tipo de bruxaria da Idade Média na França. Os praticantes eram chamados de voudois, segundo a coleção Galileu, ou então de valdenses. Pesquisadores como Julien Tondrian acreditam que a palavra significa 'sobrenatural'. Os negros arrancados da África para serem escravos no Haiti conviveram com crenças dos índios arauaques e com ensinamentos da catequese cristã. A fusão da crença daomé, da indígena e do cristianismo gerou o vodu, temido pelo seu envolvimento com magia negra. Para fazer vodu, o feiticeiro confecciona um boneco representando a pessoa visada e, depois, o espeta com alfinetes ou o coloca no fogo, para machucá-la e destruí-la. O vodu é feito a noite em uma cabana chamada haumfort, com símbolos divinos desenhados, como as serpentes de Aida Oueda, o coração quadriculado de Erzulie, o barco de Agouet-Arroyo, os símbolos dos oguns e o nome do sacerdote, um tipo de pai-de-santo denominado hougan. No chão, ficam armas simbólicas de orixás, assens africanos e vasos com os espíritos das divindades. O ritual começa com a sacerdotisa (Manbo) possuída pelo deus-serpente (Loa), se agitando e se contorcendo. Depois, o espírito fala pela sua boca, e cada fiel entrega oferendas. Animais são sacrificados. Em uma dança, pessoas se machucam, gritam e entram em êxtase, o contato com 'Loa'. Os mortos são invocados por meio de um canto, traçando-se no solo a figura do ponto riscado (Vévé) com farinha de milho. Então duas galinhas são sacrificadas e depositadas em um buraco no chão, com prato feito de legumes e regado com sangue dos animais. Acredita-se que em um ritual o feiticeiro consiga ressuscitar os mortos, transformando-os em zumbis.

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