segunda-feira, 19 de abril de 2010

CORRUPTOS OU CORROMPIDOS?


CUBA, INATACÁVEL, ACEITÁVEL POR OBAMA
O aniversário dos 51 anos da ascensão de Fidel Castro ao poder remete discutir rumos do denominado socialismo teórico, do capitalismo prático e os atuais milimétricos cortes entre esquerda e direita, pela luta das castas globais inescrupulosas em nenhuma forma de poder que - de fato -privilegie a minoria de pobres coitados. CHINELAS HAVAIANAS! HAY QUE ENDURECER, SEM PERDER LA TERNURA DE MEUS PÉS COM FRIEIRAS 'JAMAS'! A mais ignóbil apresentada mistura da ignorância entre português e espanhol anterior configura toda a ignorância entre história e presente, direita e esquerda, Volver! Vou Ver? Re-volver na história de um Revólver?
COMUNISTA
Em 1959, Cuba tinha uma das maiores rendas per capita do Caribe, informação que escondia cruel cenário popular. Pouquíssimos cubanos se aproveitavam da exportação de açúcar, enquanto a maioria da população sobrevivia sem serviços públicos e enfrentava miséria, elevadíssimas taxas de desemprego. Tudo isso devido à presença dos Estados Unidos, que eliminiram a dependência espanhola de quatro séculos. Cuba se deixou dominar pelos norte-americanos cretinos que controlavam, desde 1889, 75% das terras produtivas. Na época, o ditador cubano Fulgencio Batista deixou os exploradores nojentos norte-americanos transformarem Havana (capital de Cuba) em imenso cassino recheado de bordéis - no período de 1920 a 1930 -, ironicamente quando o consumo de álcool fora proibido nos Estados Unidos. Cuba era o cabaré dos norte-americanos estupefados de dólares a manter a ilha.
NEFASTOS
Naquele cenário de tudo de bom para os nefastos, horrendos, porcos norte-americanos, a semear prostituição e roubalheira de tesouros da ilha, que surgiu um grupo de guerrilheiros liderados por Che Guevara, Fidel Castro e seu irmão Raúl, que tomaram o poder em 1º de janeiro de 1959. Vieram os benefícios de acesso à saúde e educação, com a queda do ditador Fulgencio e da intromissão dos nojentos norte-americanos, Cuba viu-se sustentada pela ajuda financeira da então União Soviética. Em 1961, Fidel declarou que Cuba era socialista!
IDEOLOGIA DESTRUÍDA
Esse termo - SOCIALISTA - define sistema socioeconômico em que o Estado é dono de todos os serviços e atividades produtivas de um país. Seu objetivo principal é de garantir a igualdade, fazendo com que a riqueza e as oportunidades sejam distribuídas para todos os cidadãos. Para o filósofo alemão Karl Marx (1818-1883), o socialismo era visto como um estágio transitório, um caminho que transportaria uma sociedade do capitalismo ao comunismo, um sistema sem classes nem governo. O avanço do socialismo por diversos países - nas décadas de 50 e 60, quando um terço da população mundial era governada por esse regime - redefiniu outro conceito clássico de sistema, o da esquerda. Originário da Revolução Francesa (1789-1799), quando designava a posição que os deputados radicais ocupavam no plenário da Assembleia Constituinte, o termo passou a ser sinônimo de socialismo e comunismo. Até hoje, o conceito mais aceito é o de filósofos como o italiano Norberto Bobbio (1909-2004), que coloca a defesa da igualdade como o critério que separa esquerda e direita.
VITÓRIA DA DESIGUALDADE
Mas, dizer que a direita é inigualitária não significa dizer que ela é má. Bobbio elucida que para os direitistas as desigualdades são úteis porque melhoram a sociedade, via meristocracia - os melhores e mais bem preparados ganham mais, o que os incentiva a evoluir. Argumentam que sempre ao tentar a igualdade, sufoca-se o valor principal, a liberdade para os direitistas. Afinal, o sistema mais identificado com a direita, o capitalismo, tem como bases teóricas uma série de liberdades - de abrir empresas, de escolher sócio, de decidir seu patrão, etc.
Conforme a história seguiu seu curso, o significado do 'sermos' foi se alterando. As práticas autoritárias dos sistemas socialistas, por exemplo, fizeram com que o conceito fosse associado ao totalitarismo e ao desrespeito aos direitos humanos. Por outro lado, a queda do Muro de Berlim, em 1989, e a dissolução da URSS, em 1991, abalaram a esquerda. Sua morte foi decretada em 1992 pelo cientista político Francis Fukuyama, argumentando que todas as alternativas políticas de esquerda haviam sido derrotadas pelo capitalismo.
DIREITA, ESQUERDA, TODOS SÃO CORRUPTOS?
Se existe alguma certeza entre os especialistas é que a implosão dos regimes socialistas serviu para descolar a associação automática entre socialismo e esquerda, e entre capitalismo e direita. - Percebemos que não houve apenas a esquerda comunista, houve também, e há ainda, uma esquerda no interior do regime capitalista -, escreveu Norberto Bobbio, para quem a igualdade continua sendo o norte que separa as duas ideologias. Outros pesquisadores, porém apontam que os movimentos de esquerda atuais se abrigam sob um guarda-chuva mais amplo de ideologias, que incluem o combate ao autoritarismo e a defesa de não-violência. Mas isso está longe de ser um consenso. Movimentos anti-globalização, por exemplo, rejeitam essa postura, argumentando que os protestos pacíficos não conseguiram mudar nada. Por fim, para estudiosos como o sociólogo Anthony Giddens, simplesmente não faz sentido seguir usando esses conceitos, pois eles não dão mais conta de explicar o cenário político do século XXI. - Presenciei esse embaralhamento de conceitos em 1989, quando estive na União Soviética para estudar a Perestróika, a abertura econômica e financeira do país. Na época, os comunistas ortodoxos que não queriam mudanças, eram chamados de direitistas, enquanto os que defendian transformações para a economia de mercado eram considerados esquerdistas. Eu esperava o contrário -, diz Ângelo Segrillo, historiador da Universidade de São Paulo e pesquisador do Instituto Puskin, de Moscou, na Rússia.
CALCANHAR DE CUBA
E Cuba com isso? Pelas definições atuais, é controverso encarar seu governo como de esquerda - isso se considerarmos que o conceito ainda é válido. Afinal, a revolução produziu uma casta de funcionários públicos privilegiados (o que fere o critério de igualdade), segue aplicando a pena de morte (o que atinge o princípio da não-violência) e bloqueia a livre manifestação de opositores (o que impede o combate ao autoritarismo). O socialismo por sua vez também não é mais o mesmo. A mudança mais influente vem da China e atende pelo nome de "socialismo de mercado", caracterizado por uma abertura para a livre iniciativa e a concorrência em algumas áreas da economia, enquanto o governo continua controlando com mão forte o poder político. Cuba tem seguido a mesma tendência. Algumas medidas do atual presidente Raúl Castro sinalizam concessões ao capitalismo: o direito à propriedade de imóveis, a permissão do uso de hotéis e acesso a bens de consumo. Também é inegável que 51 anos de socialismo produziram avanços. Hoje, a ilha ostenta índices sociais dignos de países desenvolvidos. A taxa de analfabetismo é apenas 0,2% (segunda melhor do MUNDO), a mortalidade infantil é a menor das Américas e todos têm CASA e COMIDA GARANTIDOS PELO GOVERNO! Em compensação, a alimentação é racionada, faltam produtos básicos e a ilha sofre com apagões de energia - para os defensores do regime, a penúria é causada pelo bloqueio imposto pelos Estados Unidos, que trava as transações comerciais de Cuba. A hipótese, sem dúvida, é a mais aceitável.
(Quer saber mais? Leia "Direita e Esquerda - Razões e Significado de uma Distinção Política, Norberto Bobbio, 190 pgs., Editora Unesp, R$ 30)


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