quarta-feira, 23 de junho de 2010

TRÂNSITO ASSASSINO, VERGONHA MUNICIPAL


Às 5h30min, uma senhora de 51 anos levanta, toma banho, indiferente ao frio tem seu coração pulsando aquecido, para fechar a porta da casa onde mora - em Santiago -, para entregar-se de corpo e alma a seu amado trabalho. Para tanto, já vai pensando no motorista, nos amigos e amigas dessa rotina diária, que a faz tão feliz, trabalhadora útil em Unistalda, graças ao ônibus que a conduz a partir da Estação Rodoviária de Santiago até o município tão pertinho. Sim, vale a pena viver, trabalhar, respeitar essas pessoas que lhe garantiram sentir aquele sol prestes a brilhar, que ela não sabia, mas às 6h30min, nunca mais iria lhe ver sorrir vitoriosa, feliz conquistadora de si, de nós, dos trabalhadores honestos, dos que amam sobreviver, porque na consciência há muito bem guardado o segredo da família, da mãe, dos irmãos, das lições em nome do pai, do avô, da história. Como tão adorável desconhecida poderia prever que melhor seria ficar dormindo, inventar uma desculpa clássica para faltar ao trabalho, como fazem tantos irresponsáveis que a vida inteira fingiram trabalhar, continuam fingindo, permanecem faltando ao trabalho de fato e indispensável à sobrevivência com dignidade, sem politicagem, sem máscaras, sem títulos desmerecidos. Não, pessoas com sua nobreza jamais irão persuadir a maldade tão próxima, a falsificação produzida de imagens públicas irresponsáveis, desprezíveis, arrogantes, nojentas, escrotas, abortos de passarinho. Sim, pessoas com seu caráter trabalham, infelizmente, para sustentar altos salários da irresponsabilidade, sem saber que essa postura, essa crença de que a honestidade livra do mal, pode tornar-se uma sentença de morte, pois rouxinóis são devorados por urubus. Sua vida acima do preço dos desumanos que se vendem, jamais será devolvida, pois não tem preço, está acima da falta de atitude de quem resolveu determinar a hora de sua morte. É apenas o começo de muitas tragédias que estão por vir, não por falta de clamor da população por uma atitude firme de quem detém o poder usurpado das mãos desse povo trabalhador desrespeitado. Pois que um desses engravatados irresponsáveis pague com a vida de quem lhe é mais caro num, afinal, infeliz atropelamento praticado por um jovem, que vai ser condenado cruelmente porque estava embriagado. Senhores! Não era filho de nenhum deles! Porque se fosse, diriam que a trabalhadora morta, arrastada por vinte metros próximos a seu embarque para o trabalho estava bêbada! Chega de desrespeito! Basta! Ou será que a população precisa ser estimulada para aniquilar de vez com essa droga, com esses drogados petulantes que ignoram o poder de um povo, agora, disposto a derrubá-los não por vingança, mas por honra ao mérito de uma trabalhadora morta, graças à indiferença dos senhores, dos doutores, atores farsantes!

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