quinta-feira, 5 de agosto de 2010

COLUNA DO DOUTOR ROGÉRIO ANÉSE NA FOLHA DESTA SEXTA


Diversificação produtiva

Durante o “Seminário Estratégias para Diversificação da Agricultura Familiar e Programa Florestal – RS”, realizado nesse dia 5, no Campus da URI, foram apresentadas propostas para a diversificação produtiva das pequenas propriedades, em especial, com a introdução de frutas e verduras produzidas de forma orgânica. Não é de hoje que se discutem alternativas para que a nossa região possa incorporar a sua base produtiva novas culturas e novas atividades, diminuindo a dependência das culturas tradicionais que são mais suscetíveis às flutuações do mercado e podem comprometer a renda, não só dos produtores, como também dos setores que dependem desta renda.
Uma questão importante deve se posta: se as alternativas propostas, geralmente são de maior rentabilidade por hectares que as culturas tradicionais, porque não são disseminadas de maneira mais rápida? Em primeiro lugar, estas alternativas não representam solução para todos os produtores e não são capazes, ainda de substituir culturas que apresentam uma escala e rede de comercialização consolidada, como o caso da soja, fumo, etc. Em segundo lugar, somente a partir de um determinado ponto é que se estabelecerá uma rede de assistência técnica, mão de obra e fornecedores, capazes de dar suporte às novas culturas. Neste caso as entidades e o poder público tem papel primordial para o sucesso, diminuição dos custos e risos para os produtores. Para finalizar, os consumidores devem aderir às redes de consumo sustentável, dando preferência para os produtos locais e com baixo impacto ambiental, o que acabará criando um “mercado” para os pequenos produtores.
O que se espera é uma ação mais forte do poder público local no fomento as atividades que busquem a diversificação. O foco principal deve ser as atividades voltadas para a comercialização, com a criação de estruturas ou financiamento para este fim. Parece que produzir com qualidade é menos difícil que vender, ou levar o produto na forma e no momento que o consumidor deseja. Somente com uma ação coordenada nos municípios do COREDE Vale do Jaguari e outros das adjacências é que poderão aparecer soluções para o futuro. Espero que este futuro não demore muito e, daqui a 10 anos, não estejamos discutindo o mesmo problema.

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