quinta-feira, 12 de agosto de 2010

COLUNA MÉDICA SÔNIA NICOLA NA FOLHA DESTA SEXTA


Sexualidade e gravidez

A mulher grávida vive um estado psicológico totalmente diferente da não grávida, ela irá vivenciar uma série de incertezas, o que gerará uma série de angústias. Ao longo da gestação, uma série de fantasias estão operando, umas mais conscientes e outras inconscientes. Algumas dessas fantasias são mais características de determinada fase da gestação. Angústias mais profundas e outras mais superficiais (econômicas, responsabilidades, aprovação da família, etc.) terão que ser defrontadas e expressadas pela gestante. Muitas vezes, essas angústias serão mal expressas e cabe ao ginecologista obstetra, dotado de habilidade e compreensão, fazer com que a grávida entenda estas mudanças.
Também devemos levar em conta as condições psicológicas do parceiro sexual (pai), em relação à continuidade da vida sexual do casal durante a gravidez. Algumas colocações precisam ser feitas:
1- Existem muitos tabus e desinformação em relação a sexo na gravidez.
2- Nos três primeiros meses da gravidez há diminuição do apetite sexual e da frequência da relação, principalmente, porque a preocupação da mulher é dirigida às mudanças geradas em seu corpo.
3- Após o quarto mês de gravidez, poderá haver até um aumento da atividade sexual, desde que seja uma gravidez sem riscos.
4- No final da gestação novamente diminui a vontade de ter relação, devido ao tamanho do abdômen e a sensação de estar pouco atraente ao cônjuge.
5- Salvo raríssimas situações, como risco de abortamento, não existiria um porquê de se ter que mudar a sexualidade do casal, sua frequência de relações, nos seus desejos e nos seus orgasmos.
E o que ocorre no pós parto? Vários estudos demonstram diminuição do apetite sexual, porque o foco maior da mulher agora é o recém-nascido à amamentação e, ainda temos neste período, a preocupação com a diminuição do peso e o retorno a forma física anterior à gravidez. A amamentação não impede a mulher de manter atividade sexual, muito pelo contrário, nesta fase até a intensidade dos orgasmos podem ser maiores. O modelo de atuação da mulher frente ao sexo em qualquer fase de sua vida tem que partir do real, dos mitos culturais e de fatores biológicos. É uma discussão ampla de como conciliar os papéis de mulher-amante e mulher-mãe, e, atualmente, mulher-profissional.

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