sábado, 9 de janeiro de 2010

A Chave do Brasil


Depois de séculos de faz-de-conta com sua maior riqueza, a Floresta Amazônica, traduzida como o maior laboratório natural do planeta e inestimável fonte de biodiversidade universal, o Brasil precisa sair de cima da corrupta e secular inescrupulosidade. O sonho de dominação por corporações aborígenas persiste; juntamente com a vontade de grupos brasileiros alicerçados sob o nem sempre verdadeiro estigma do nacionalismo. Caso contrário, como explicar as bilionárias transações da extração de madeira nobre, a contaminação por mercúrio no trecho de municípios como Madeira e Mamoré... Além disso, o espaço aéreo da imensa área dominada pelo narcotráfico foi alvo da queda de algum colombiano, por exemplo, embora a legislação brasileira permita esta ação? Não!
O governo federal precisa acelerar suas tratativas relacionadas a uma eficiente legislação ambiental com o objetivo de preservar a conservação e exploração sustentadas de nossa imensa fatia da selva preciosa. Basta citar a estimativa de faturamento das indústrias cosmética e farmacêutica na faixa amazônica do Brasil - 990 bilhões de reais. Ou o governo Lula concilia o desenvolvimento sustentatado e supervisionado com total rigidez na Amazônia, ou os mistérios intangíveis sobre a transferência de essências amazônicas para a produção cosmética européia e norte-americana continuarão a deixar na sombra a soberania nacional. Seria total irresponsabilidade culpar pesquisadores estrangeiros, quando sua presença espiã é respaldada sob o disfarce de turista ocasional.
A ex-ministra do Meio Ambiente e atual candidata à presidência da República pelo Partido Verde, Marina Silva, afirma que fazer discussão puramente ambientalista não deve interessar ao Brasil. A defesa do meio e da natureza tem de estar colada a interesses sociais. - Prejuízos ambientais são distribuídos para todos e a preocupação global com o equilíbrio é real, mas o principal interesse na internacionalização é econômico e, nesse ponto, nenhuma potência mundial se importa com o fato de que na nossa Amazônia vivem 20 milhões de brasileiros -. Marina defende um projeto nacional com equilíbrio e desenvolvimento, o que requer visão desdobrada em cinco dimensões: sustentabilidade ambiental, econômica, social, cultural e política.
Para a candidata do PV, todos precisam participar da formulação de soluções. E detona: se tivermos a capacidade de dar essas respostas podemos colocar o Brasil no topo da respeitabilidade mundial. Reitera que a anunciada escassez de água faz do potencial hídrico amazônico um templo de adoração. Entende que não há como discorrer sobre o aquecimento global sem mencionar os dois polos da bateria amazônica.
O positivo é o serviço prestado pela floresta, enquanto sumidouro de gás carbônico, um dos principais causadores do efeito estufa. A significativa quantidade de CO2 tirada da atmosfera por ser fixada pela floresta faz dela um filtro ecológico. O lado ruim é o estrago causado pela quantidade de gás emitido pelas queimadas que elimina considerável fatia desse esforço. Que os deuses amazônicos preservem Marina. Nenhum candidato com um mínimo de seriedade poderá eliminar essa discussão de sua "planta" eleitoral.

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