quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Clark explora a bolsa de Lane


Superman, personagem do inconsciente das Américas, traduz a ideologia do estremecido Império sob a ameaça vermelha da China, que coloca sua moeda sobreposta ao dolaresco estilo de vida norte-americano e firma-se como a primeira potência global, inescrupulosa, perigosa. Mas, os Estados Unidos de Obama tem o super jornalista Clark Kent a desnudar as formas freudianas mais elementares - sedução, liberdade tridimensional na capacidade de voar, no ápice do orgasmo sideral e no domínio superior dos cinco sentidos humanóides. Afinal, nas horas difíceis, Clark Kent dispensa sua identidade de jornalista trapalhão e transforma-se num irrestível sedutor.

Mr. Kent, cá entre nós, mandou às favas seu produtor de moda, seu cabeleireiro, sua manicure, seu geriatra, seu assessor de imprensa, sua turma de colegas super-heróis e, principalmente, seu modesto piso de repórter do jornal Planeta Diário. Deixou de voar. Optou por um poder muito maior, o de decidir os rumos da economia universal.

Agora, seu grande desafio é controlar a insaciável economia norte-americana de voltar a poder comprar. Clark sabe que o controle da economia mundial exige a manutenção da prática de importar... Mas, nem tanto. O que seu bolso chinês tem a ver com isso? E a sua bolsinha? E a bolsa do Brasil? Confira as tendências de moda New York da macroeconomia global, torcendo para que a China feche os olhos por falta de super heróis!

Minimalismo - O dinamismo da economia da Terra de Clark Kent pode ser freado por adormecidas pressões inflacionárias consequentes do alto crescimento da demanda dos consumidores e da elevação do preço do petróleo ou etanol nos mercados internacionais.

Sintético - Superman precisa ficar muito cauteloso para conservar os baixos índices da inflação estadunidense, sustentando uma relação equilibrada entre demanda e capacidade de produção.

Maximalismo - O super herói travestido de mortal das finanças não descarta a hipótese de maior demanda por bens e serviços - acima da capacidade de produção de seu desgringolado Império, o que pode acelerar um insignificante crescimento da inflação norte-americana. Insignificante somente na teoria para os países dependentes.

Casual - Por enquanto, a elevação de preços se mantém sob controle, amparada na produtividade e no valor do dólar prestes a ter sua taxa de juros elevada para transações mundiais - soco na boca do estômago da voraz e ditatorial China.

Oriental - Para conservar sua performance sedutora no planeta, Clark admite que a elevação presumível do preço do petróleo é mesmo um problema aos países asiáticos. Kent evita meditar sobre efeitos saquê e tequila. Cachaça? Nem pensar. Ele tem status e não dispensa sua categoria de supe-herói. Bebida de brasileiro, definitivamente, é um perigo. Pode trazer doses de "in"flação, insatisfação, incoerência, insurreição...

Tropical - Na condição de líder do Império decadente, o herói confessa que toda elevação de preço dos combustíveis implica em aumento dos custos operacionais das grandes empresas norte-americanas. Em consequencia, caem as vendas e aumenta a pressão das companhias locais dispostas a compensar redução de pedidos com aumento de preços.

Futurista - Você deve ficar prevenido. Existe algo mais perigoso do que um super homem que parou de voar?

Retrô - Enfim, o Planeta Diário é igualzinho a nossa vida. Tem gente que manda. Tem besta que faz. Superman é um só. Que país tem autonomia e capacidade para clonar Clark Kent? Mais especificamente, para importar espermatozóides do Superman? Relaxe... Por muitas décadas a proveta nacional vai continuar vazia. Absolutamente vazia!

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